Hospital de Olhos Juiz de Fora
Dr. Antônio Gabriel Ribeiro Costa | CRM 12988-MG RQE 17756
As crianças também podem apresentar problemas sérios nos olhos e somente a avaliação oftalmológica precoce pode detectar estes problemas. A realização do exame oftalmológico ao nascimento (teste do olhinho) é essencial para diagnóstico precoce de condições congênitas, exames anuais até os 7 anos de idade.
Sabemos que o bebê ainda não está com o sistema visual completamente formado ao nascer. Este sistema amadurece gradativamente, tanto no que diz respeito ao tamanho do olho, quanto no que se refere às conexões junto ao sistema nervoso central.
Mesmo se o bebê nasce depois dos nove meses de gestação completos (não é prematuro), sua visão é desfocada e as cores não são bem percebidas. No caso dos prematuros, a visão merece cuidados e acompanhamento especial por parte dos oftalmologistas já no período em que o bebê permanece na incubadora, pois há riscos de desenvolver problemas oculares como a retinopatia da prematuridade. Nestes casos, o acompanhamento oftalmológico é fundamental para proporcionar uma melhor qualidade visual e até evitar a perda total da visão.
O primeiro ano de vida é uma experiência incrível no mundo visual do bebê. A cada novo mês de vida a visão torna-se mais nítida. É também neste período que possíveis problemas congênitos podem ser detectados.
É por este motivo que os oftalmopediatras se dedicam tanto para esclarecer pais, pediatras, neonatologistas e todos que participam do desenvolvimento da criança, quanto à importância da consulta oftalmológica já nos primeiros meses de vida. É importante se levar em conta que quanto antes o problema for detectado e esclarecido, mais fácil o tratamento e mais rápida a solução.
A catarata é o cristalino opacificado, que impede total ou parcialmente os raios de luz de chegarem à retina, prejudicando a visão. A condição representa a principal causa de cegueira tratável na infância. A catarata congênita e as de desenvolvimento infanto-juvenil se apresentam do nascimento até os 10 anos de idade, são comuns e passíveis de tratamento, dependendo da precocidade do diagnóstico.
Este tipo de catarata aparece em bebês cujas mães tiveram alguma infecção durante a gestação (sífilis, rubéola, toxoplasmose) ou quando a criança tem algum problema genético (Síndrome de Down, principalmente).
O glaucoma pode se apresentar com aumento das dimensões oculares podendo ser motivo de admiração e orgulho por parte de pais, que devido a desinformação, acreditam ter uma criança com olhos grandes e bonitos.
Os sintomas clássicos descritos no glaucoma congênito envolvem:
As alterações notadas podem incluir perda do brilho da córnea, opacidade ou aumento das dimensões oculares.
Ambliopia é a baixa de visão idiopática em um olho, popularmente chamada de olho preguiçoso. É originada por fator que impeça o desenvolvimento normal da visão do olho deficiente.
Por exemplo: se a criança apresentar certo grau no olho direito que faça com que este enxergue pior que o olho esquerdo, isto já é fator para o desenvolvimento da ambliopia. O cérebro irá receber imagens nítidas só do olho esquerdo, enquanto recebe imagens ruins do olho direito, fazendo com que não o desenvolva normalmente, podendo levar a uma condição permanente de baixa visual no olho, se não tratado a tempo (antes dos 7 anos).
Levar a criança a uma consulta de rotina ao oftalmopediatra, pode evitar este transtorno.
Estrabismo é o desvio de um ou ambos os olhos, conhecido como “vesguice” ou “olho torto”. Há diversos tipos e causas de estrabismo e assim formas diferentes de tratamento para cada caso (variando desde a prescrição de óculos, aplicação de BOTOX e cirurgia). Vale lembrar que o estrabismo pode ser acompanhado de ambliopia ou pode ser apenas um dos sintomas de patologia mais grave (tumores ou doenças do sistema nervoso central).
A retinopatia da prematuridade é uma alteração no crescimento da retina, que está ligada à idade de gestação e peso ao nascimento prematuro. Isto é, quanto mais prematuro e menor o peso do bebê, maior a probabilidade de aparecerem as alterações da prematuridade na retina. Crianças que necessitaram de incubadora ao nascimento são os pacientes que tem mais probabilidade de desenvolver a doença, que pode levar a um grave descolamento de retina e uma cegueira na criança.
O retinoblastoma é um tumor maligno da retina desenvolvido a partir dos retinoblastos.
É causado por uma mutação na proteína Rb. Ocorre na maior parte dos casos em crianças pequenas e representa 3% dos tumores padecidos por menores de quinze anos. A incidência anual estimada é de aproximadamente 4 afetadas a cada um milhão de crianças.
O tumor pode ter início em um ou em ambos os olhos. Geralmente, o retinoblastoma limita-se aos olhos, embora possa estender-se a outras zonas do crânio. O diagnóstico precoce é importantíssimo para poder maior sucesso no tratamento.
Esta doença pode ser hereditária ou não. O retinoblastoma presente em só um olho não é hereditária e afeta sobretudo crianças com mais idade. Quando a enfermidade se apresenta em ambos os olhos é sempre hereditária. Devido ao fator hereditário, os pacientes e seus irmãos devem submeter-se a exames periódicos, juntamente com terapia genética para determinar o risco que têm em desenvolver o tumor.
A escolha do tratamento que irá fazer o paciente dependerá da extensão da condição dentro do olho e para além dele. Os tumores pequenos podem ser removidos com cirurgia à laser, com termoterapia ou crioterapia. Se o tumor for ou puder vir a tornar-se irreparável, há possibilidade de remoção do olho para cura total.
Uma das formas de transmissão dessa doença é durante a gravidez, onde a toxoplasmose pode gerar sérias complicações para o feto. A gestante que apresenta a doença deve ser imediatamente encaminhada ao médico devido ao grande risco de transmissão ao feto. Os problemas no bebê variam de acordo com o trimestre da gravidez em que houve a infecção da mãe.
No primeiro trimestre de gravidez:
Neste período, a probabilidade de transmissão para o embrião acontece em até 20% dos casos. O bebê pode ter encefalite (inflamação na parte do sistema nervoso central que compreende cérebro, cerebelo e medula alongada) e nascer com sequelas. Em termos de visão, o bebê pode apresentar lesões oculares na retina que resultam em importantes prejuízos da visão, além de outras consequências.
Quando a gestante manifesta a doença neste período, muitas vezes há o aborto espontâneo, pois os danos que o Toxoplasma gondii provoca no feto são muito grandes.
No segundo trimestre de gravidez:
Neste período, a probabilidade de transmissão para o embrião é maior e acontece em 1/3 das gestações. Por outro lado, o feto não é tão afetado quanto no primeiro trimestre. Mesmo assim, o bebê pode apresentar problemas como pequeno retardo mental e problemas oculares.
No terceiro trimestre de gravidez:
Neste período, a probabilidade de transmissão para o feto é muito comum, porém a doença mostra-se bem menos agressiva para o bebê.
O problema é causado pela produção exagerada de lágrimas ou pela drenagem inadequada dos dutos lacrimais devido a um bloqueio, como cicatrizes causadas por sinusite crônica ou algum ferimento no nariz.
Não é incomum crianças nascerem com um bloqueio nos canais de drenagem das lagrimas, o que gera um quadro de constante lacrimejamento e olhos úmidos e, às vezes, ocorrendo até quadros agudos de infecção com secreção purulenta nos olhos, o que confunde com conjuntivite.
No Hospital de Olhos Juiz de Fora, adotamos uma rotina de avaliação em nossos pacientes, indicando exames periódicos de acompanhamento. Com essa rotina ficamos seguros na detecção de alterações oculares do seu filho.