Hospital de Olhos Juiz de Fora
Dr. Antônio Gabriel Ribeiro Costa | CRM 12988-MG RQE 17756
É o termo usado para um grupo de doenças que atingem o nervo óptico. A pressão intraocular elevada é um fator de risco importante para o desenvolvimento de glaucoma, contudo, não existe uma relação de causa direta entre um determinado valor da pressão intraocular e o aparecimento da doença. Se não for tratado o glaucoma leva ao dano permanente do disco óptico da retina, causando uma redução progressiva do campo visual, e levar à cegueira.
Glaucoma Primário de Ângulo Aberto
O tipo mais comum e frequentemente assintomático (sem sintomas), sendo possivelmente causado pela obstrução da drenagem do humor aquoso (líquido) do olho. Esse líquido é produzido no corpo ciliar, fluindo pela pupila para a câmera anterior. A malha trabecular drena o líquido para o canal de Schlemm e finalmente para o sistema venoso.
Todos os olhos possuem alguma pressão intraocular que é causada pela presença de alguma obstrução do fluxo do humor aquoso pela malha trabecular e canal de Schlemm. Se a pressão intraocular (PIO) for alta demais (maior do que 21,5 mm Hg), resultará na compressão das estruturas oculares.
Entretanto, outros fatores, como problemas no fluxo sanguíneo no nervo óptico podem alterar a PIO e afetar o nervo óptico. Em um terço dos casos de glaucoma primário de ângulo aberto, há pressão intraocular de valor normal. Esses casos são chamados de glaucoma de pressão normal.
Glaucoma de Ângulo Fechado
É caracterizado por aumentos súbitos de pressão intraocular. Isso ocorre em olhos susceptíveis quando a pupila dilata e bloqueia o fluxo do fluido através dela, levando à íris bloquear a malha trabecular. Glaucoma de ângulo fechado pode causar dor e reduzir a acuidade visual, podendo levar à perda visual irreversível dentro de um curto período de tempo. É considerada uma situação de emergência oftalmológica e requer tratamento imediato.
Glaucoma Congênito
É uma doença genética rara que atinge recém-nascidos com globos oculares aumentados e córneas embaçadas. Considera-se que a causa da pressão intraocular elevada é devido a redução da permeabilidade trabecular. O tratamento é a cirurgia.
Glaucoma Secundário
Ocorre como uma complicação de várias condições médicas, como cirurgia ocular, catarata avançada, lesões oculares, uveítes, diabetes ou uso de corticoides.
Geralmente não apresenta sintomas, mas a perda visual causada por glaucoma atinge primeiro a visão periférica. No começo, a perda é sutil e pode não ser percebida pelo paciente. Frequentemente o paciente não nota a perda de visão até vivenciar a “visão tubular” (diminuição da visão periférica).
Perdas moderadas a severas podem ser notadas pelos pacientes atentos da sua visão periférica, com o autoexame:
Se a doença não for tratada, o campo visual se estreita cada vez mais, obscurecendo a visão central e finalmente progredindo para a cegueira do olho afetado.
Idealmente, todas as pessoas devem checar por glaucoma a partir dos 35 anos, com a frequência das checagens aumentando com a idade. Metade das pessoas que sofrem de glaucoma não sabem disso.
Avaliação de glaucoma é parte do exame ocular padrão feito por um oftalmologista. A verificação de glaucoma deve incluir medida da pressão intraocular, além do exame do nervo óptico em busca de lesões. Se houver qualquer suspeita de lesão no nervo óptico deve ser feita uma campimetria (medida do campo visual).
A avaliação da camada de fibras nervosas (que formam o nervo óptico) é importante e pode ser realizada pelo exame clínico, retinografia (foto do nervo óptico) e com exames que quantificam as fibras nervosas e fornecem ao médico uma avaliação objetiva da perda neural.
A Tomografia de Coerência Óptica (OCT) é um exame que faz a avaliação objetiva e precoce revelando possíveis danos a camada de fibras nervosas da retina antes mesmo desta lesão ser detectada por exames convencionais.
É importante fazer consultas de check-up para avaliação e diagnóstico precoce, pois esperar pelos sintomas não é o ideal, e a perda visual causada pelo glaucoma é irreversível. O Hospital de Olhos Juiz de Fora realiza os mais modernos exames para a detecção precoce do glaucoma.
Apesar da pressão intraocular elevada não ser a única causa do glaucoma, até o momento, diminuí-la com o uso de colírio é o principal tratamento. Há diversas classes diferentes de medicamentos para tratar glaucoma, com diversos medicamentos em cada classe. A prescrição do colírio correto deve ser feita após avaliação do oftalmologista especialista.
Tanto a cirurgia a laser quanto a tradicional podem ser realizadas para o tratamento de glaucoma.
Trabeculoplastia a laser pode ser utilizada para tratamento de glaucoma de ângulo aberto. Um ponto de laser de argônio é apontado à malha trabecular para estimular a abertura e permitir um aumento no escoamento do humor aquoso.
A cirurgia convencional mais comum realizada para tratamento de glaucoma é a trabeculectomia e é considerada a cirurgia padrão em todo mundo para diferentes os casos que não respondem e progridem apesar do tratamento clínico.